segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Função da Arte

"A expressão artística permite ao homem ver-se, conhecer-se,
comunicar-se consigo mesmo."

A arte remonta tempos pré-históricos, é tão velha como a própria vida do homem. Ela surgiu como uma necessidade de dar algo, necessidade de expressão, de comunicação. Antes mesmo de confiar suas emoções à pedra, à palavra, ao som, o homem usa de sua criatividade, da “linguagem artística” para organizar seu espaço. Ela sempre esteve presente nos acontecimentos da vida humana: nascimento, casamento, morte, guerra e etc.

A princípio, para sobreviver, o ser humano unia-se a outros homens para procurar alimentos e construir abrigos que os protegessem do frio, de animais e dos demais perigos. Momentos que foram marcados com pinturas, desenhos, danças: ou seja, com arte. Através dela o homem fala e se comunica com os outros. As “obras artísticas” falam de seus autores, dando a conhecer o seu íntimo e revelam o contributo original que eles oferecem à história da cultura.

A arte de inspiração cristã, por exemplo, começou ditada pela necessidade que os crentes tinham de elaborar sinais que exprimissem os mistérios de fé e simultaneamente de encontrar um “código simbólico” para se reconhecerem e identificarem especialmente nos tempos difíceis das perseguições, pois a arte, para eles, possuia uma capacidade muito própria de captar os diversos aspectos da mensagem traduzindo-os em cores, formas, sons que estimulavam a intuição de quem via e ouvia.

O valor da arte


Num mundo cada vez mais dominado pela insensibilidade, pela racionalização, pela desintegração da beleza, o homem vê sua posição no campo artístico, com uma sensação de dúvida. Por isso é necessário examinar com atenção o valor que a arte tem exercido numa sociedade tão “insensível” e “desintegrada” como a de hoje. Cada criança, homem e cultura expressam seus ideais, anseios, dúvidas e questionamentos através da arte. Ela “é a própria essência de tudo que é humano”.(CIRICI,1975:19). O ato artístico e o objeto da arte demonstram constantemente os objetivos que guiam o homem. A arte descobre a experiência de vida do homem fazendo-o sentir suas emoções plenamente. Ela age no domínio da emoção: estimula o sentir e o reagir do homem e amplia sua sensibilidade. Ao polir essas emoções, a arte desenvolve todas as faculdades humanas.

A arte ocupa a zona da atividade expressiva. Contar histórias, dançar, cantar, pintar, escrever são frutos da necessidade que o homem sente de se exprimir através de atos. A expressão artística permite ao homem ver-se, conhecer-se, comunicar-se consigo mesmo, pois dá voz ao seu interior. “A arte é um meio de comunicação espiritual entre os homens. E quanto mais elevado é o sentimento expresso pela obra de arte, tanto melhor ela pode desempenhar seu papel de comunicação".
A obra de arte é resultado de uma personalidade, unida ou não à sua técnica.

A arte atua na vida de mil maneiras, às vezes difícil de expressar ou identificar, mas é certo que as qualidades da experiência artística, para uma pessoa, em um dado momento e local parecem adquirir um valor especial. Cito por exemplo crianças do jardim da infância pintando. Isso é um meio de expressão livre e desinibido que lhes permite descobrir o mundo.

A arte pode assumir também uma condição educativa, ao despertar tanto nos que produzem, quanto nos que entram em contato com as manifestações artísticas enquanto espectadores, uma consciência crítica, um conhecimento verdadeiro da sua real condição humana. Ela modifica a sensibilidade do homem, cria-lhe uma certa concepção de mundo, determina-lhe um certo comportamento.

O mesmo autor afirma que a arte para as crianças reveste-se de um caráter diverso, que inclui características lúdicas e a possibilidade de organizar suas experiências permitindo uma comunicação significativa consigo mesmas e com o mundo. Duarte Jr, enfatiza que a diferença primordial entre o sentido da arte para o adulto e para a criança é que, para esta, a arte não tem um valor estético. Assim, a experiência artística da criança não busca obras bem “acabadas” e “harmoniosas”, mas, sobretudo, à comunicação.



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